Esclerose Sistêmica
É uma doença que se caracteriza por fibrose (endurecimento) da pele e dos órgãos internos, comprometimento dos pequenos vasos sanguíneos e formação de anticorpos contra estruturas do próprio organismo (auto- anticorpos). A doença afeta pessoas de todas as partes do mundo e sua causa não é conhecida.
Existem dois tipos de esclerodermia:
Sistêmica (esclerose sistêmica) ; afeta a pele e os órgãos internos do organismo. Esta forma é quatro vezes mais frequente no sexo feminino que no sexo masculino e incide principalmente na quarta década de vida.
A esclerose sistêmica é dividida em duas formas clínicas:
- Sistêmica limitada, ocorre espessamente da pele distalmente aos cotovelos e aos joelhos.
- Sistêmica difusa, o espessamento cutâneo estende-se também proximalmente, acometendo braços, coxas, tronco e abdômen.
Em ambas as formas a face pode ser acometida. Na esclerose sistêmica cutânea difusa, as complicações decorrentes do acometimento dos órgãos internos costumam ocorrer mais precocemente, nos primeiros 5 anos de doença.
Na esclerose sistêmica cutânea limitada estas complicações tendem a ser mais tardias, comumente na forma de complicações vasculares, como a hipertensão arterial pulmonar.
Em 90% dos pacientes a primeira manifestação clínica na esclerose sistêmica é o fenômeno de Raynaud – alteração de cor das mãos, pés, língua, nariz, orelhas. Podemos encontrar até três fases de coloração das extremidades: palidez- cor branca / hiperemia- cor vermelha / cianose- cor roxa ).
Mais comuns em situações de estresse e em baixas temperaturas. Dependendo da gravidade, pode ocorrer a formação de úlceras.
Além do fenômeno de Raynaud, o paciente com esclerose sistêmica pode apresentar acometimento de outros órgãos: pulmão (dispneia e tosse), rins , estômago e intestino (ex. refluxo, engasos, obstipação) e coração.
Para controlar o fenômeno de Raynaud, deve-se manter as extremidades aquecidas evitar lavar as mãos com água fria. Também utilizados medicamentos que melhoram a circulação nas extremidades.
De acordo com o acometimento podemos empregar diversas drogas imunossupressoras e biológicas.
Há ainda raras situações em que o paciente pode se beneficiar do transplante de medula óssea.
Localizada (esclerodermia localizada); afeta uma área restrita da pele, poupando os órgãos internos. A esclerodermia localizada é mais comum nas crianças.
Dentro da esclerodermia localizada existem dois tipos principais:
- Morfeia é a forma clínica mais comum e se apresenta como uma ou mais placas de pele espessada com graus variados de pigmentação
- Linear, as áreas de espessamento da pele são em forma de linha no sentido vertical do corpo.
Para tratamento utilizamos medicamentos orais e tópicos e, em alguns casos o tratamento com radiação ultravioleta (fototerapia), podem alterar a progressão da doença. A esclerodermia localizada costuma apresentar um curso autolimitado, tornando-se inativa e com melhora espontânea dentro de 3 a 5 anos.
Por vezes se faz necessário o acompanhamento multidisciplinar com a fisioterapia (com intuito de preservar a mobilidade das articulações ), da dermatologia e da cirurgia plástica.